
Era uma vez um bairro com cara de bairro. Padaria na esquina, sapateiro, chaveiro que a gente conhece pelo nome. Casinhas com adoráveis janelas, fachadas traçadas por mãos e gostos de outras épocas. Pracinhas, árvores, um banco pra ler o jornal. Algumas dessas casinhas, moradias familiares, com o tempo foram virando restaurantes, lojas de roupa, salão de cabelereiros, cafés, mas ainda conservavam seu telhado com três águas, suas venezianas de madeira entalhada, seus jardins nos fundos. E quem transitava por ali se lembrava da casa que tinha sido dos pais de um amigo, de um tio querido.
Mas um dia nos disseram que o progresso tinha que chegar e uma a uma, as casinhas e os predinhos foram caindo e dando lugar a enormes edifícios, com fachadas estéreis, mil vagas de estacionamento, altos muros e sombras que roubaram o sol da rua.
As ruas ficaram mais apertadas, a rede de esgoto e de eletricidade pareciam não dar conta de tanta construção, e o que era memória e afeto desaparecia a cada dia.
Os desafios de organizar a vida em uma megametrópole como São Paulo, são enormes. As questões são complexas e atingem muitas camadas: habitação, transporte, adensamento, trânsito, infraestrutura, vulnerabilidade social, direito à cidade. Mas não podemos deixar todas as decisões de como tem que ser essa cidade para os políticos ou para o mercado. Afinal, quem mora aqui somos nós.
Os bairros se tornam atrativos para as incorporadoras porque as pessoas querem viver em lugares agradáveis, com comércio de rua, proximidade de lazer, áreas arborizadas. Mas as transformações trazidas por essa verticalização desmedida desfiguram o que fazia o bairro ser agradável em primeiro lugar.
Ficamos com uma cidade que ninguém quer: desorganizada, sem sol, sem espaços de lazer, sem árvores, sem história.
Somos um grupo da sociedade civil preocupado com o desmonte da cidade de São Paulo causado por incorporadores e construtores. nosso grupo se mobiliza contra a venda do nosso espaço para circular, nosso sol, nossa brisa, nosso sossego e nossa beleza.
temos acesso à informações de dentro da câmara e estamos apoiados por grandes artistas e pelo comércio.
Faça parte deste exército em benefício à saúde mental e física de todos os moradores dos bairros paulistanos que correm risco de perder sua história e memória.
Vem fazer parte desta mobilização, junte-se ao nosso exército em benefício à saúde mental e física dos habitantes dos bairros paulistanos que correm risco de perder sua história e memória. Compartilharemos com você:
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